A região de Mosel

A região de Mosel

A região vitivinícola de Mosel divide-se em seis sub-regiões: Porta de Mosel, Alto Mosel, Saar, Vale de Ruwer, Bernkastel e Burg Cochem. Totalizando uma área de 8655 hectares de vinhas, cerca de 3400 hectares estão situados em encostas íngremes e socalcos onde a viticultura só é possível manualmente. Mosel á a maior região vitivinícola de encostas íngremes do mundo e a sua história vínica data de há 2000 anos quando os romanos começaram a plantar vinha nas encostas sul dos vales dos rios.

É uma das regiões mais quentes da Alemanha e as camadas primitivas de argila que caracterizam os solos de Mosel são o alicerce para a mineralidade dos seus vinhos.

As sub-regiões de Mosel

Burg Cochem
Situada no Mosel Inferior esta sub-região é também chamada de Terraço de Mosel. Aqui, as encostas são tão íngremes que muitas vezes as vinhas são plantadas em terraços estreitos protegidos por muros de pedra seca. Com um microclima quente propício á casta Riesling origina vinhos com mais corpo e um carácter mais frutado do que noutras partes da região de Mosel. O vinhedo mais íngreme do mundo, com uma inclinação de até 68 graus, o Calmont, fica nesta área entre as cidades vinhateiras de Bremm e Ediger-Eller.

Bernkastel
Situado no Médio Mosel, entre Trier e Briedel, esta é a área onde se situa a maior área de vinhedos cultivados (cerca de 65% dos vinhedos). Com muitas horas de sol graças á sua localização protegida tem condições muito favoráveis à viticultura. Aqui, as vinhas crescem nas encostas íngremes de ardósia azul, cinza e vermelha e nos vales com chão de cascalho, areia e argila depositados ao longo de milénios pelo rio Mosel. A exceção ocorre em Rotliegend onde o solo é de rocha vulcânica vermelha.

Vale de Ruwer
A paisagem de Ruwer alterna entre vinhas íngremes, floresta e prados. Os vinhedos, em solo de rocha devoniana têm a maior proporção de uvas Riesling de toda a região (88%).
Os vinhos Riesling produzidos nas encostas mais íngremes de Ruwer são delicados e com uma alta mineralidade. Os vinhos de Ruwer têm aromas a groselhas pretas, amoras e framboesas por vezes com notas herbáceas. Os Riesling das encostas mais altas são conhecidos pela sua alta mineralidade e por serem muito delicados.

Saar
Os vinhedos de Saar estão localizados entre Serrig e Konz em solos maioritariamente de ardósia devoniana. Um dos locais onde são produzidos os mais famosos Riesling do mundo, o Scharzhofberg, está localizado em Saar. Os Riesling de Saar são reconhecidos pela sua finesse e mineralidade. Têm aromas frutados subtis a maçã e citrinos com notas florais e a ervas aromáticas. Estes vinhos são particularmente duradouros e podem ser guardados durante décadas.

Porta de Mosel e Alto Mosel
Em termos de paisagem, estas duas sub-regiões, que formam um triângulo fronteiriço com o Luxembrugo e a França, formam a Weinmosel do Sul, mas em termos de legislação vitivinícola estão divididas em duas zonas: Portas de Mosel (Moseltor) com 126 hectares de vinha e o Alto Mosel (Obermosel) com 750 hectares. Nesta área o vale é mais largo e as encostas menos íngremes e o solo é de rocha que se formou a partir de depósitos calcários de um oceano primitivo. Ao contrário das outras sub-regiões, em que domina a casta Riesling, aqui raramente é encontrada. A principal variedade de uva é uma casta antiga, a Elbling.

As castas
As castas brancas representam 91% das vinhas plantadas e a Riesling é a casta rainha com 62% de representatividade. Com vários graus de doçura os Riesling são vinhos de pronunciada elegância. Os seus aromas e sabores lembram lima, maça verde, cera de abelha e jasmim. Em termos de harmonização são muito versáteis. Os Riesling secos, meio-secos e meio- doces harmonizam bem com pratos condimentados da cozinha asiática e da cozinha indiana bem como pratos com molhos intensos de pato, porco, bacon, camarão e caranguejo e pratos de charcutaria. Os vinhos nobres doces, chamados de ice wine (vinhos de gelo) são perfeitos para queijos intensos e sobremesas ou, simplesmente a solo.

Para além da predominante Riesling plantam Müller-Thurgau, Elbling, Pinot Blanc, Pinot Noir e Dornfelder. Com menos expressão plantam ainda Pinot Gris, Chardonnay, Sauvignon Blanc, Gewürztraminer, Cabernet Sauvignon, Merlot e Syrah entre outras.
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